O meu ponto de vista

Dezembro 13 2018

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Quaisquer que sejam as opções, sejam elas de que índole foram, jamais serão inócuas. Todas têm um preço e mais cedo ou mais tarde pagam-se. Algumas com língua de palmo, diga-se em abono da verdade.

O governo, apertado pelos restantes partidos que suportam a geringonça, optou por repor rendimentos e privilégios aos funcionários do sector público, política aliás que tem feito surgir reivindicações atrás de reivindicações, numa óptica autofágica, pois quanto mais têm mais querem ter. Como é fácil de constatar não existe orçamento que resista a tantas exigências.

Todavia, para ir pelo caminho que voluntariamente escolheu outro ficou por trilhar. A inexistência de investimento público é um facto indesmentível. Não sendo o lençol elástico, como é óbvio, puxando-o para um lado outro ficará a descoberto. Então, Mário Centeno tem sido exímio neste campo e as cativações aí estão para o demonstrar.

Falar de falta de comboios, de barcos, de uma saúde debilitada por constante falta de fundos, de uma educação enormemente deficitária, de uma justiça lenta por falta de meios, de um parco policiamento e consequente falta de segurança, entre tantos outros casos, é chover no molhado. Como é evidente, esta questão não seria tão problemática caso não afectasse os mais frágeis e desfavorecidos. É que quem tem dinheiro, não necessita de comboios, barcos, SNS, pois vai ao sector privado, inscreve os filhos em colégios, recorre a bons e caros advogados, etc., etc.

publicado por Hernani de J. Pereira às 10:16

Fevereiro 15 2018

É algo tão natural como respirar, quando se afirma que se deve ter menor Estado mas melhor Estado. Bem, ultimamente não é essa a prática que se observa. As clientelas da “geringonça”, vulgo sobretudo funcionalismo público, pensionistas e quejandos que vivem sofregamente à volta do OE, a isso obriga.

Sendo funcionário público, os meus caros leitores poderão estar a pensar “bem prega Frei Tomás” … ou, então, fala, fala, mas é de barriga cheia. Asseguro-vos que verdadeiramente não é esse o meu sentir. Aliás, ao escrever estas parcas e pobres palavras perco mais do que ganho. Não nos esqueçamos que nos tempos que correm é, de longe, preferível não comentar o que quer que seja, tentar passar entre os pingos da chuva e se for para acrescentar algo que seja que seja para elogiar.

O número de funcionários públicos tem aumentado nos últimos e não de um modo diminuto. Agora, coloquem-se do lado do sector privado, i.e., daqueles que não vivem directamente do Estado e, principalmente, indaguem o que sentem. A resposta mais comum e que não está longe da verdade absoluta é: uma minoria sustenta a maioria.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:41

Outubro 19 2017

Admiramo-nos da catástrofe provocada pelos fogos? Com toda a franqueza, estavam à espera de quê? Com as temperaturas altíssimas verificadas, a falta de pluviosidade registada há mais de seis meses, aliado a um governo ineficaz e completamente desorientado, estranhar é que não tenha sido pior.

Quando este (des)governo pensa mais em negociar com os seus parceiros da geringonça, com vista a aplicar uma agenda fracturante – autorização de entrada de animais de companhia nos restaurantes, carta de condução de moto a partir dos catorze anos, divisão de funcionários públicos versus privados, entre outros casos -, do que analisar o sentir do país real e encontrar soluções para os seus problemas, está tudo dito.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:04

Abril 21 2017

Tem-se, nos últimos tempos, registado descrispação e descendimento na sociedade? É evidente que sim. Os motivos são fáceis de entender. Por um lado, porque o governo atendeu algumas das reivindicações dos trabalhadores, fundamentalmente do sector público; por outro, porque os sindicatos, os quais como é do conhecimento geral, são comandados pelo PCP, encontram-se anestesiados, por via da amarração deste partido à política geringonçal.

Assim, não é de estranhar que a maioria dos portugueses e até muitos empresários, os quais, de modo algum, comungam das ideias programáticas dos partidos que suportam este governo, se sintam satisfeitos.

Recordam-se das greves, mandatadas por tudo e por nada, sobretudo do sector dos transportes, os quais colocavam sistematicamente o país de pantanas? Pois é! Existiram e infernizaram a vida de muita gente, principalmente a que vive e trabalha nas grandes cinturas industriais. Agora é a paz dos anjos.

O governo de Passos Coelho foi acusado, até à insanidade, de querer ir além da troyka. Não se falava de outra coisa. Bem, este governo foi além dos ditames da CE – veja-se a questão do défice -, demonstrando, pelo menos nas reuniões em Bruxelas, que é um “bom aluno”, e o que acontece? Uma declaração ou outra, perfeitamente inócuas, por parte do BE e do PCP, de modo a que, de hoje para amanhã, não se diga que nem a boca abriram.

Protestos, acções de rua, manifestações é de vez em quando e quanto muito para que se diga que os sindicatos ainda existem e justificar (mal) o muito dinheiro que recebem. Greves? Nem falar nisso é bom. Até arrepia aqueles que ainda há tão pouco tempo faziam prática disso vinte e quatro sobre vinte e quatro horas.

Atente-se nestes dois exemplos. Ontem, António Costa afirmou que, devido à sustentabilidade da segurança social, não podia permitir que os trabalhadores com quarenta anos de desconto se pudessem reformar sem penalização. O Programa de Estabilidade e Crescimento não prevê qualquer actualização salarial dos funcionários públicos durante os três próximos anos. Colocadas estas questões à vista de toda a gente, observaram alguma indignação? O que aconteceria se fosse o PSD a governar?

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:18

Janeiro 24 2017

Já o outro dia aqui falei sobre o papel de Marcelo Rebelo de Sousa na vida política actual. Convenhamos que a ninguém convém um Presidente da República (PR) apático, introvertido, sorumbático, queixando-se de tudo e de todos, parecendo que nada deve a quem quer que seja, mas que todos lhe devem algo, em suma, fechado entre as quatro paredes do seu Palácio, à semelhança da Rainha de Inglaterra. Não, repito, não é isso que os portugueses esperam de um PR, tanto mais que é eleito por sufrágio directo e unívoco por todos nós, o que lhe dá uma legitimidade acrescida.

Todavia, uma coisa é alguém apático e sobrecarregado de um simbolismo já balofo e em desuso. Outra, porém, é um PR travestido em primeiro-ministro, intervindo em áreas da competência exclusiva do executivo, com a agravante de se colocar de um dos lados da contenda política em que a democracia, tal como o ocidente a concebe, é rica e em permanente acção.

O PR deve, como a Constituição preconiza, ser um árbitro e jamais um jogador de uma das equipas, por muito que uma delas tenha o poder temporário de gerir os destinos dos portugueses. Ora, na entrevista que domingo p.p. deu à SIC, o Presidente da República ao apoiar as mais recentes medidas governamentais, ao elogiar as mais variadas acções promovidas pela “geringonça” – minoração do défice, reforço da concertação social, descrispação, diminuição do desemprego, reestruturação pacífica da dívida, entre outros – está, como é claro, a colocar-se de um dos lados da barricada, tanto mais que existem muitos portugueses a pensar que tais medidas não são assim tão favoráveis como se apregoa. Bem pelo contrário.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:03

Dezembro 02 2016

paulo-macedo-web.jpg

Pois, pois! Depois de terem tratado a grave situação da CGD com os pés, tendo queimado em lume brando António Domingues, eis que António Costa não teve outra solução que nomear Paulo Macedo para dirigir aquele banco público.

Sendo um excelente gestor, mesmo um dos melhores, não tenho menor dúvida que Paulo Macedo irá dar a volta à CGD e transformá-la numa instituição financeira credível e, sobretudo, viável.

Todavia, que grande sapo que os socialistas, mais uma vez, tiveram que engolir! Para os mais distraídos recordo que este gestor foi ministro da Saúde no governo de Passos Coelho e, nessa altura, o PS disse, sobre ele, cobras e lagartos. Que estava a extinguir o SNS, que era animado por uma deriva neoliberal, que estava ao serviço dos grandes grupos financeiros, entre outros mimos. É só fazer uma pequena pesquisa na Net e vão, com toda a certeza, lembrarem-se destas e doutras pérolas, aliás algumas bem mais cáusticas. Observem a imagem que encima este texto, autoria da esquerdalha, e que ilustra bem o anteriormente exposto.

Enquanto a geringonça realiza a insustentável leveza do seu ser, só alguém de fora os pode motivar, animar e valer. Neste aspecto estão bem uns para os outros.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:01

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