A escolha, enfim, chegou! E, segundo fontes bem informadas – bem, também não se trata de nenhum segredo de polichinelo – a pergunta teve como resposta o sim a uma eventual recondução. Aliás, a interpelação, face ao prescrito na legislação aplicável, tinha de ser obrigatoriamente feita.
Sou daqueles que se sentem muito à vontade para dizer o que bem ou mal lhes dá na real gana – perdoem-me a simplicidade das palavras –, pois em tempos passados, quando outros tudo comiam e calavam, bem alto ergui a voz contra alguns atropelos. Por isso, posso dizer mais: sou, nesta matéria, totalmente insuspeito.
De crítico - sempre de forma urbana, entenda-se -, pouco a pouco fui mudando de opinião, fruto de muita atenção, e, sobretudo, por saber das dificuldades que o cargo, cada vez mais, acarreta. Aliás, para alguns, e como alguém disse, “se soubessem quanto custa mandar, obedeciam toda a vida”.
Assim, sem tecer encómios, os quais são desnecessários e impróprios, e porque não se coadunam com a maneira de ser deste vosso escriba, não deixo, porém, de olhar a realidade e espelhá-la tanto quanto me é possível.
Por outro lado, sabendo que jamais recusei fazer os oportunos reparos, sempre e quando podia e devia fazer mais e melhor, penso que, neste momento, é o homem certo para o lugar certo.
Conhecedor que esta posição vai levantar celeuma e ser objecto de muitas e variadas interpretações, isto para não falar de maledicências, nada receio, uma vez tomar este posicionamento apenas tendo em conta os superiores interesses da instituição. E o certo é que quem não deve não teme. Tal como nunca estive, na vida, à espera de favores, i.e., aquilo que conquistei foi, como se costuma dizer, à custa de sangue suor e lágrimas, também agora nada aguardo. Apenas o aprazamento que a paz dá após uma posição tomada em consciência.