Como costuma o nosso bom povo dizer: quando a esmola é grande até o pobre desconfia. Assim é, no que concerne às 255 medidas “simplex” para facilitar a vida aos portugueses. Se fossem cinco, vá lá, quanto muito, dez, ainda acreditava. Agora 255? É que não se ficam pelo número redondo, certinho, das 250! Avançam mais cinco. É obra!
Pelo que ouvi e, sobretudo, pelo que li, algumas fazem sentido e cumprem os objectivos. Outras, porém, são redundantes e jamais terão a adesão que se propaga aos quatro ventos. De repente, salta-me à vista uma, a qual foi proposta e ganha por uma empresa de inovação, destas todas hi-tec. Ou seja, coloca nos nossos smartphones a possibilidade de receber uma notificação de uma dívida, de um imposto, de uma taxa para pagar ao Estado e, deste modo, podermos liquidar tal logo a seguir. Idiotas! Alguém, no seu juízo perfeito, não espera para os últimos dias para pagar? O quê? Vai entregar, de imediato, dinheiro ao Estado, esse esbulhador do nosso suor, quando tem, por exemplo, um mês ou mais para o fazer?
Engraçado, ou nem tanto, é que a empresa que venceu o concurso para a melhor ideia – se isto é a melhor ideia, vou ali e já venho – irá receber dez cêntimos por cada pagamento. Esta última parte, sim, é que é uma grande e óptima ideia. Para a empresa, claro!
Por último, uma ideia fixa: por muito que queiram as vacas não voam mesmo!