Os indícios não enganam. A maior parte dos indicadores económicos aludem a uma nítida recuperação económica. Os exemplos são muitos e só não os vêm quem não quer. Desde o aumento da aquisição de automóveis novos, cerca de 33 %, maior frequência nos restaurantes e centros comerciais, concertos e outros eventos culturais, para não falar do aumento da taxa hoteleira. E, a cereja em cima do bolo, pela primeira vez obtivemos empréstimo a juro negativo.
Não há dúvida, apesar do risco de uma eventual recaída, começam a avolumar-se os sinais de que o pior da crise já terá passado. Trata-se de indícios reconhecíveis por aqueles que viveram as crises em que a economia portuguesa tem sido fértil nas últimas décadas.
Um indício real consiste no facto de, em consonância com o crescimento da economia nos últimos trimestres, estar a aumentar o número de novas empresas e a diminuir significativamente o número de falências e despedimentos. As crises económicas provocam a expulsão do mercado de negócios disfuncionais mas tendem a compensar-se com a emergência de novos empreendedores.
Um outro indício consistente é o da recuperação da publicidade. Os arautos das sociedades de consumo têm uma intuição aguda da hora de dar a volta. E o aumento dos investimentos em publicidade constitui normalmente o indício de que as necessidades das pessoas também se ampliaram.
Ora, colocar toda esta política em causa é perigoso e, se assim acontecer, a deriva será ponto assente. Aliás, algo que num passado recente já vimos. Prometer bacalhau a pataco, garantir que se irá baixar os impostos e aumentar os salários e as pensões, como o PS vem fazendo, é eleitoralista e, sobretudo, é enganar previamente os portugueses.